Desde meus primeiros estudos no campo da análise musical o desenho tem me servido de principal auxilio. São desde desenhos simples, sobre eixo x/y, até desenhos mais complexos, mas que auxiliam visualizar questões como densidade vertical ou horizontal, velocidade, âmbito (ou superfície). E até mesmo visualizar relações. Mais recentemente vi esta mesma ideia presente nos escritos de Salvatore Sciarrino, o que me chamou a atenção para a importância de tais trabalhos. Não são trabalhos escritos, com desenvolvimento de conceitos, de ideias abstratas, mas são trabalhos que permitem visualizações e que, como permite dizer Sciarrino, trazem a tona uma ideia de legibilidade acústica (Angius: p. 88)ou de visibilidade acústica: como se pudéssemos ver o som, a origem ótico-pictórica do som.
Destes desenhos foram diversos os resultados que divulguei não apenas em artigos mas em sala de aulas, em palestras, e que ficaram dispersos, às vezes perdidos na memória de alguém. Retomo aqui em alguns slides estes desenhos de forma lúdica, buscando outros modos de escrever, “em uma língua sem pretenção, para homens que sabem que não sabem nada”, como lembra o poeta Henry Michaux em seu pequeno livro Par des traits.

As análises contidas nestas páginas de certo modo dialogam com aquelas publicadas em:
Ferraz, Silvio (1990). Análise e Percepção Textural: Peça VII para sopros de G. Ligeti, in: Cadernos de Estudo: Análise Musical, no. 3, S. Paulo: Atravéz.
Ferraz, Silvio (2002). "Varèse: a composição por imagens sonoras" in: música hoje, vol6. Belo Horizonte: UFMG.

posicione o mouse sobre a imagem para ampliá-la, com o scroller do mouse aumente ou diminua o zoom